Os sete princípios fundamentais da definição internacional de responsabilidade digital das empresas
Com agradecimentos a Luis Lancos e Rafael Tavares pela sua assistência na tradução para português
With thanks to Luis Lancos and Rafael Tavares for their assistance with translation into Portuguese
Se quiser apoiar o Manifesto do RDE, pode fazê-lo como indivíduo ou como organização no sítio web em língua inglesa https://corporatedigitalresponsibility.net
Durante o ano de 2021, um grupo internacional de académicos, profissionais de empresas e autores publicados colaboraram para agregar o seu trabalho existente numa única definição internacional que retira o melhor de cada um para construir um conjunto de princípios que o guiem na sua jornada de Responsabilidade Digital
A Responsabilidade Digital Empresarial (RDE) é um conjunto de práticas e comportamentos que ajudam uma organização a utilizar os dados e as tecnologias digitais de forma social, económica e ambientalmente responsáveis.
Uma declaração pública, clara e inequívoca da intenção de ter um impacto positivo em ambos o planeta e a sociedade e com objetivos claramente definidos. O compromisso no sentido de uma gestão digital responsável e forte, evidenciada, por exemplo, através da implementação de um Conselho de Ética Digital e pela intenção de exceder e promover melhor legislação, regulamentação e orientação ética nas áreas e geografias em que a organização opera.
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O compromisso com a diversidade, equidade e inclusão na organização e cadeia de fornecimento estendida, assegurando que os produtos e serviços resultantes sejam acessíveis e consumíveis por todos. Assegurar também, que os empregados envolvidos na construção, entrega e apoio dos respectivos produtos e serviços sejam tratados de forma responsável e justa.
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Focalização na proteção de dados pessoais, assegurando uma melhor privacidade equilibrada com a identidade, tendo em consideração a exclusão digital no acesso e educação, protegendo toda a sociedade de consequências potencialmente nocivas de produtos e serviços digitais
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Considerarão do impacto económico e societal das decisões no seio da organização. Transparência no que respeita à utilização de algoritmos e dados empresariais com accionistas, empregados e consumidores. Uma distribuição mais justa de ganhos, tanto a nível interno como externo, e minimização do impacto económico nas comunidades através da automatização sustentável
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Tomar medidas necessárias para incentivar a procura, por parte dos consumidores de produtos ecologicamente e socialmente mais sustentáveis, apoiar e incubar mais energia verde, limpas, orgânica e promovendo o uso de PMEs na cadeia de fornecimento com baixo nivel de resíduos e, investir em iniciativas sustentáveis e com impacto social
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Identificar e reportar o impacto empresarial contra os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU ou similares. Inovar e ir além do Carbono negativo, como forma de inovar e resolver desafios maiores.
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Implementar uma Estratégia de Tecnologias de Informação (TIS) ambiental e compreender as consequências da utilização da tecnologia, promover a mudança para as energias renováveis e mitigar e minimizar o impacto e utilização decompensação.
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A utilização do termo Responsabilidade Digital das Empresas (RDE, CDR pela sua sigla em inglês) tem crescido desde a sua primeira aparição regular em definições emergentes em toda a Europa, por volta de 2018 até aos dias de hoje. Tem sido especialmente prevalecente na região DACH, com muitas organizações em toda a Alemanha e Suíça activamente envolvidas. Durante a pandemia, espalhou-se ainda mais, com referências regulares surgindo em países tão distantes como a Coreia do Sul, China, EUA e o resto da Europa.
Muitas das definições publicadas estão estreitamente alinhadas em 80-90% na definição, embora várias incluam factores adicionais importantes, claramente dignos de consideração . O que todas têm em comum, é o reconhecimento de que é uma das responsabilidade das empresas reforçar os impactos sociais positivos do digital e minimizar os impactos negativos para além das obrigações legais.
O objectivo deste documento, que contém uma evolução da definição de CDR, um infográfico e um conjunto de princípios, é agregar o conteúdo nas múltiplas definições de uma forma que poderia ser descrita como um manifesto de CDR - produzido em colaboração com uma série de pessoas envolvidas na produção original do conceito e unificar a linguagem internacional em torno do CDR.
Os autores (em ordem alfabética abaixo) deste trabalho colaborativo incluem três das definições originais do CDR regularmente citadas, e outras regularmente no meio da sua evolução contínua:-
A premissa da RDE é a de que as tecnologias digitais possam ser utilizadas para criar impactos positivos para todos. Vimos isso claramente durante a pandemia. Onde estaríamos, neste momento sem a capacidade de uma parte significativa da força de trabalho poder trabalhar eficazmente a partir de casa, utilizando ferramentas de colaboração como o Zoom e Microsoft Teams, ligada através de banda larga de alta velocidade, para fazer as nossas compras online no supermercado, consultar o médico através de uma aplicação e muitos mais exemplos. Por outro lado, no oposto, pode ser que a nossa privacidade nunca tenha sido tão ameaçada. As palavras-passe estão cada vez mais expostas a ataques cibernéticos e fugas de dados. As notícias falsas direcionadas e as teorias da conspiração amplificadas estão a ameaçar a democracia. O RDE foi criado na hipótese de que as corporações tenham uma maior responsabilidade de criar resultados mais positivos para a sociedade e para o planeta e, ao mesmo tempo, mitigar o impacto do uso indevido ou abuso da tecnologia digital.
Mas antes de explorarmos o RDE com mais algum pormenor, é importante expandir o termo Digital. Na verdade, "O que é o Digital?
2.1 O que é Digital
O MCA[1] (no Reino Unido) definiu o termo Digital em 2014 como parte do seu “Ano do Digital”, na qual a sua essência é melhor definida como sendo "Digital uma maneira de criar um novo capitalismo, com novas oportunidades e novos desafios". Em várias fases do que agora consideramos "a Revolução Digital", o Digital tem sido visto de forma diferente por diferentes tipos de organizações:
Hoje consideramos Digital a combinação de agilidade e flexibilidade, que 'nasce na web', utilizando tecnologias emergentes que criam, processam e trocam dados para fornecer produtos e serviços ao consumidor. Essas 'tecnologias' incluem a nuvem, a mobilidade, a internet das coisas, a blockchain, a computação quântica, a automação, a inteligência artificial e aprendizagem de máquina, assim como muitos outros. Os 'produtos e serviços' podem ser disruptivos, mais eficientes, mais baratos e de mais fácil acesso.
Além disso, o ritmo de mudança dessas tecnologias, combinado com organizações que operam com maior ritmo na entrega de produtos e serviços disruptivos ou inovadores é tal que se tem revelado difícil para as pessoas acompanharem, tanto na adopção desses produtos, como na capacidade do empregador e do empregado (nas empresas tradicionais), de desenvolver novas competências.
Foi esta percepção do alargamento da clivagem digital (considerada não só como acesso à conectividade de banda larga, mas como capaz de aceder à gama de tecnologias, ferramentas e competências necessárias) que levou à criação da Responsabilidade Digital Empresarial, pelo menos no que diz respeito à evolução da definição Atos/Worldline.
Contudo, é justo dizer que a ideia evoluiu a partir de uma série de perspectivas. Do ponto de vista de uma empresa digital (especialmente GAFA) poderia ser a necessidade emergente de uma melhor responsabilidade social por parte das empresas de TIC desde que a Internet surgiu. Além disso, poder-se-ia considerar a perspectiva de jurisdição que vê novas opções empresariais e sociais com a digitalização e a necessidade de guias técnicos (ou orientação ética digital) como complemento à regulamentação legislativa (ver Iniciativa CDR da Agência Federal de Justiça e Proteção do Consumidor na Alemanha). E era cada vez mais óbvio e importante, do ponto de vista da sustentabilidade, que os efeitos ecológicos do desenvolvimento digital (por exemplo, centros de dados, algoritmos criptográficos, etc.) fossem ignorados durante muito tempo.
[1] Management Consultancies Association (MCA) - Associação Comercial no Reino Unido
A maior parte e foco e da evolução do RDE tem ocorrido em toda a região DACH (Alemanha, Áustria, Suíça) da Europa. Isto resultou do interesse inicial no Governo alemão (Ministério Federal da Justiça e Proteção do Consumidor), que foi depois superado pelas Associações Empresariais, frequentemente dominadas pelo sector tecnológico. Tem havido interesse na utilização mais ampla do termo RDE em geografias adjacentes, como a Polónia e a Itália. Noutros lugares, mais especificamente no Reino Unido e em França, há um enfoque em componentes do RDE (por exemplo, Responsabilidade Ambiental mais Ética Digital) em vez da visão mais holística do RDE. No entanto, foi em 2021, que vimos este interesse ir mais além, com a Samsung (Coreia do Sul) a comprometer-se com o RDE numa declaração em Janeiro, também com artigos que começam a surgir na China e nos EUA.
Muitas destas iniciativas têm tendido a ser contidas no país de atividade. Por exemplo, a Associação Alemã para a Economia Digital (BVDW) definiu recentemente o RDE como sendo parte da designada "CDR Building Bloxx". No entanto, embora os seus membros incluam uma série de negócios internacionais. Esta atividade está muito centrada na Alemanha, no emprego e na posição económica da Alemanha. Da mesma forma, o excelente trabalho sobre o RDE, produzido pela Fundação Ethos na Suíça, está centrado na relação entre o fundo de investimento e uma série de empresas suíças (mais uma vez internacionais) de topo - de facto, talvez valha a pena mencionar também a Iniciativa Digital Suíça, que embora não esteja identificada como RDE, está a fazer um trabalho interessante em torno da certificação da utilização adequada dos dados e a concentrar-se na segurança e na privacidade.
Existem algumas atividades excelentes coordenadas a nível global e regional, mas tendem a ser focalizadas numa das componentes do RDE, e não para no RDE em si mesmo. Por exemplo, o Fórum Económico Mundial tem atualmente um foco muito forte na IA Ética (liderado por Kay Firth-Butterfield) e o programa das Nações Unidas para o Ambiente que está a fazer um trabalho notável na Transformação Digital global e também com um papel fundamental na recém-lançada Coligação para a Sustentabilidade Ambiental Digital (CODES). É ainda relevante notar que há uma série de outros movimentos ou grupos embrionários adjacentes que têm objectivos semelhantes ao RDE, embora não utilizem o termo explicitamente – disto são exemplo os termos Digital com Propósito (Digital with Purpose), e Tecnologia para o Bem (Tech for Good ).
A intenção deste documento, e da agregação da melhor das várias definições é, portanto, tão simples como a de fornecer uma perspectiva global do que o RDE pode vir a ser, e como as organizações podem utilizá-lo como um quadro holístico para descrever o que fazem dentro dos limites dos seus negócios, mas também e realmente importante, o que fazem fora dos seus negócios - levando-os a pensar mais sobre o impacto positivo que podem ter ao utilizarem as tecnologias digitais para inovar, a fim de resolver os desafios da sociedade.
Como foi dito anteriormente, todas as definições estão amplamente alinhadas, e são eficazes para ajudar uma empresa a pensar nas suas responsabilidades empresariais no contexto das tecnologias e dos serviços digitais. A abordagem que adoptámos não é a de reinventar, mas sim a de colocar as melhores partes de cada uma das definições em cima dos princípios existentes. Neste contexto, voltamos aos princípios originais da Responsabilidade Empresarial (RE, nomeadamente económica, ecológica e social), mas considerando-as especificamente através de uma lente digital. Com o RDE, as perspectivas da RC expandiram e isto inclui efeitos na esfera digital. Há várias sugestões de como a perspectiva digital interage com as três tradicionais. Num "modelo quádruplo", a quarta esfera do digital foi apenas acrescentada às três esferas: económica, ecológica e social.
Numa variação, Michael Wade (ver fig. 1 à direita) propôs um modelo em que o quarto círculo – o tecnológico - funciona essencialmente como um filtro para as outras três, uma vez que a tecnologia (e o digital) esta entrelaçada com tudo no mundo digital de hoje.
Sugerimos que, apenas com o acréscimo de uma quarta dimensão, não se poderia fazer justiça aos efeitos de longo prazo da digitalização, a qual constitui uma contrapartida ao mundo físico. Assim, sugerimos, com base no trabalho da Dra. Saskia Dörr (2021), um modelo integrado de RDE com efeitos sociais, ecológicos e económicos que mostrem o seu impacto no mundo físico e/ou digital. Isto salienta que os impactos das atividades digitais não permanecem no mundo digital e que os efeitos no mundo digital e físico se influenciam mutuamente.
A escala de alguns dos desafios que enfrentamos neste momento é tal que não basta considerar apenas os limites da organização como sendo a responsabilidade dos seus diretores para fazer a diferença. Por exemplo, embora seja importante que uma empresa reconheça a responsabilidade de mitigar os seus próprios efeitos no ambiente, a escala do desafio é tal que precisamos que vão além disto (além da Rede Zero ou do Carbono Negativo). Precisamos também que inovem, para criar produtos e serviços que tenham um impacto social ou ecológico mais significante para além do impacto da própria organização. Além disso, poderíamos dizer algo semelhante sobre a ética digital ao reconhecer que uma coisa é estar de acordo com a GDPR na organização, mas outra e completamente diferente, é ter um impacto positivo na forma como os dados pessoais são geridos para a sociedade como um todo. Um exemplo disto é advogando por uma legislação melhorada ou fornecendo produtos melhores . Em resumo, temos de olhar explicitamente para o impacto externo, assim como garantir que internamente a casa esteja arrumada.
Fig 1. Michael Wade modelo CDR, publicado MIT Sloan Review 2020
Vale a pena chamar a atenção para a definição de RDE do Ethos, uma vez que esta é conduzida da perspectiva de alguém que toma decisões de investimento em nome da sociedade (fundos de pensões). Há alguns grandes pontos que dele derivam que merecem ser incluídos, o mais central dos quais é uma exigência do Conselho de Administração de ter um Código de Responsabilidade Digital público. Em vez de atribuir a qualquer parte em particular do quadrante, este primeiro princípio orientador da definição do Ethos parece ser central para todos.
Relacionado com a existência do código está o princípio de publicar esse código de uma forma totalmente transparente, e não apenas isso, mas aplicar esse princípio em toda a utilização de dados e tecnologias como a IA - em essência, transparência da IA Explicável. A sua palavra-chave aqui é transparência, e credibilidade das alegações públicas feitas. Com o foco crescente dos relatórios do ESG, e da aferição de desempenhos que procuram perfurar para além do hype do mercado e da lavagem digital na realidade, então a transparência da adesão a esse código será um componente chave, e por essa razão, acrescentámos transparência ao quadrante do RDE Económico.
O Conselho de Administração deve assegurar que a empresa tenha um Código de Responsabilidade Digital que considere as principais questões enfrentadas pela empresa e que pondere a materialidade em relação ao sector de actividade e às características específicas da empresa. O Conselho de Administração é responsável por todas as questões digitais e por verificar anualmente a relevancia e cobertura necessaria. O código deve considerar pelo menos as seguintes questões:
Como parte da criação da definição do RDE dentro do trabalho da Atos (e da Worldline), foi realizado um inquérito global em 2017 sobre o sentimento em relação à tecnologia. Este estudo tentava especificamente compreender os padrões que levaram a uma adopção bem sucedida, onde o medo ou falta de confiança eram maiores. Na essência, os resultados podem ser resumidos a que as pessoas se sentiam mais confortáveis quando os produtos eram extremamente convenientes - simples de utilizar, poupavam tempo - ou onde tinham um potencial benefício na saúde pessoal. Em termos mais gerais, isto levou a um forte foco na definição de RDE em torno da acessibilidade do produto, e a focalizar no bem-estar digital. Em algumas das conversas em torno do RDE, o foco está na prevenção do uso indevido ou inadequado de dados que utilizam tecnologias digitais, mas é importante considerar de forma mais geral, a criação positiva de produtos e soluções que ajudem a obter resultados na direção certa. Por esta razão, o Bem-estar Digital está incluído ao "design de produto centrado no utilizador, ao produto acessível e ao produto conveniente".
Com os acontecimentos climáticos a dominarem as notícias para além da pandemia em 2021, é agora claro que é impossível separar a sustentabilidade social da sustentabilidade do planeta. Esta ênfase no aspecto ambiental do RDE também reconhece a aceleração do foco e do interesse nesta área, no seguimento de um Acordo de Paris revitalizado, assim como o COP26 e o impulso para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU até 2030. Curiosamente, esta foi a lacuna na definição da Atos, mas foi representada na maioria das outras definições.
O foco original deste quadrante na definição de Michael Wade estava firmemente centrado nas atividades dentro dos limites organizacionais - nomeadamente na reciclagem da tecnologia de resíduos, na eliminação sustentável e na utilização de energias renováveis, todas elas chave. No entanto, esta é uma área em rápido desenvolvimento e a pandemia acelerou o interesse e a focalização nela nos últimos meses, ajudada por uma série de novas iniciativas como o Acordo Verde Europeu, assinado recentemente por 26 empresas tecnológicas.
A primeira adição importante no quadrante interno do Ambiente é a utilização de tecnologias digitais (IOT, percepção da IA, tais como OCR, PNL, etc.) para agregar dados e relatórios que permitem a criação de painéis de controlo em tempo real nas empresas, e que lhes permitam gerir eficazmente qualquer projeto através de uma perspectiva de impacto ambiental. Vimos isto acontecer em grandes corporações internacionais que assumiram importantes compromissos de neutralidade de carbono, ou nalguns casos, de carbono negativo.
O segundo conjunto, e partindo dos princípios da secção anterior, relaciona-se com a utilização de tecnologias digitais para inovar e criar produtos que tenham um impacto positivo no ambiente - quer se trate de alterações climáticas, biodiversidade ou sustentabilidade de recursos. A este respeito, "Inovar utilizando produtos e serviços de criação digital para impacto ambiental" tem também sido acrescentado encapsulando algumas das atividades da Tech for Good, e inovações colaborativas vistas globalmente. Isto reconhece o trabalho do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (como parte do CODES, e por direito próprio) de trabalhar com comunidades e empresas para criar produtos e serviços em torno do seu próprio programa de transformação digital maciçamente distribuído.
A maior questão para o RDE na sua forma embrionária tem sido se ele deve continuar a ser um conceito académico ou se deve transitar para a adoção em massa pelas empresas. Crítico para isso é a razão imperiosa para a mudança - como é que isso permitiria aumentar as lucros e melhorar as margens? Em essência, como é que a necessidade de mudança se expressa no contexto dos modelos económicos que temos vindo a conhecer nas últimas décadas.
Há, sem dúvida, uma mudança em curso. Já mencionámos anteriormente o Ethos como um exemplo de uma organização que procura tomar decisões de investimento baseadas na capacidade das organizações para descreverem as suas operações no impacto sustentável que fazem no mundo. De facto, as organizações que estão agora a obter melhores resultados no ESG já estão a encontrar consequências positivas, por exemplo, um acesso mais barato ao capital. Além disso, o impacto de pontuações baixas nos ESG é também visto de forma mais óbvia com impacto de reputação e dificuldade de atrair os talentos da Geração Y.
Estamos a assistir a debates visíveis sobre a tributação e regulamentação das grandes tecnológicas, cobertos parcialmente no quadrante económico da definição de Michael Wade, assim como o foco em cadeias de fornecimento sustentáveis e transparentes e considerações em relação à automação sustentável - mantendo o foco na evolução da força de trabalho para além do negócio imediato. A adição sugerida é o Investimento de Impacto Social, reconhecendo o recente crescimento das Obrigações de Impacto Social (SIBs) e das Obrigações de Impacto no Desenvolvimento (DIBs). Embora estes não sejam sempre necessários digitalmente, existe claramente um papel para as Tecnologias Digitais e Análise de Dados (utilizada eticamente) no sentido de fazer uma verdadeira diferença à medida que a paisagem económica continua a evoluir.
Finalmente, isto também introduz uma outra construção importante, que propomos acrescentar ao centro com a responsabilidade de partilhar o Código de Responsabilidade Digital, e que está alinhada com as organizações que Definem o Propósito. Muitas organizações estão no processo de rever e redefinir o seu propósito de modo a reforçar a ligação entre cada uma das suas empresas, os clientes, a comunidade e, o que é importante, os colegas de trabalho.
Cada parte necessita da convicção e confiança na implementação destas mudanças para fazer verdadeiramente a diferença. Vivemos numa década de várias curvas de "marketing hype" - lavagem das nuvens (cloudwashing), lavagem verde (greenwashing ) entre outras. Hoje não só as organizações têm e ter um discurso politicamente correto, como também precisam de ações para assegurar que todas as partes interessadas - quer as organizações do setor público quer do setor privado - vejam e sintam a mudança, e depositem a confiança numa organização que conduza com sucesso a sua transformação para criar um impacto positivo na sustentabilidade do nosso planeta e na sociedade.
Há uma série de outros movimentos, iniciativas ou esquemas que têm objetivos semelhantes aos do RDE, nomeadamente a criação de resultados mais positivos para a sociedade e para o planeta, utilizando tecnologia e utilização apropriada de dados. Sem ordem de importância em particular, estes incluem:
· Técnica para o Bem
· Digital com Finalidade
· Para a Humanidade
Digital no Coração da Responsabilidade Corporativa, protegendo a reputação e a confiança na organização dos empregados, clientes e accionistas
Facilitar e ganhar a confiança do público, estabelecendo e aderindo a um Código de Responsabilidade Digital que declara publicamente, e de forma transparente, a posição em torno, por exemplo, tal como descrito pela Fundação Ethos
1. Governação através de um RDE ou Conselho de Ética Digital/ Conselho Consultivo
2. Tecnologia / Monitorização digital - percebendo as oportunidades e as ameaças
3. Ciber-segurança - Privacidade e proteção de dados / IP
4. Regras éticas entendidas e aplicadas para a utilização do digital / IA
5. Sensibilização para a Responsabilidade Social para a Transformação Digital
6. Princípios de redução da pegada de carbono.
Definir e Acordar o Objectivo Corporativo e considerar o alinhamento para apoiar o Valor Social e a Sustentabilidade na Era Digital. Construir uma cultura organizacional que permita ações responsáveis de empregados e líderes
Implementar uma governação digital forte, por exemplo um Conselho de Ética Digital com a devida consideração pela sua composição e governação, incluindo a prestação de contas e a elaboração de relatórios
Exceder, e defender uma regulação responsável mais forte, aderindo, defendendo a evolução e aumentando a visibilidade das regras legais, regulamentares e éticas apropriadas por geografia e mercados (por exemplo, dados/AI), certificações (por exemplo, segurança/segurança online)
Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão conduzem à necessidade de envolver diferentes intervenientes, como clientes e empregados, na utilização eficaz de tecnologias e serviços digitais
Produtos e Serviços Inovadores, Acessíveis e Inclusivos
Promover a Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão
Direitos de Emprego Responsáveis
Proteger os dados e a privacidade pessoal, capacitar as pessoas para se envolverem e desenvolverem competências, e protegerem de danos para melhorar a reputação e a confiança.
Implementar uma Privacidade Forte
Implementar Práticas de Dados Responsáveis
Promoção das Habilidades de Maturidade Digital
Promoção do Bem-Estar Digital
Necessidade de considerar o impacto económico e social das decisões no seio da organização
Plano para uma Automatização Sustentável e Responsável
Transparência com Partes Interessadas com Dados de Terceiros Verificáveis e Algoritmos.
Partilhar os benefícios económicos digitais com as partes interessadas relevantes
Acelerar o seu progresso, explorar e apoiar a economia emergente de Cleantech e Carbono
Investir em Sustentabilidade / Ambiental / Retornos de impacto
Usar Offset verificável
Acelerar e Inovar os Comportamentos Sustentáveis do Consumidor
Ir além do Carbono Zero ou do Carbono Negativo e passar para o Planeta Positivo, no sentido de criar um impacto mais positivo no planeta do que o seu âmbito organizacional usando produtos e serviços digitais
Relatar o impacto das empresas contra avaliações de impacto de terceiros
Inovar e Ter um Impacto Positivo para além dos limites da empresa
Para mitigar o impacto tecnológico da sua organização à medida que se dirige para o Carbono Zero ou para o Carbono Negativo e o Carbono Zero Líquido
Implementar uma Estratégia de TI Ambiental
Medida, Relatório, Minimizar a utilização de energia e avançar para as energias renováveis
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